Relógio

domingo, 10 de março de 2013

Os mitos e as verdades sobre como funcionam os aparelhos eletrônicos


Do micro-ondas ao celular, conheça os riscos que eles podem causar


Celular (Foto: André Iunes)Celular, tocador de mp3 e notebook fazem parte do arsenal eletrônico do século 21 (Foto: André Iunes)
















Assistir à televisão bem próximo do aparelho faz mal? E no caso do micro-ondas, é prejudicial à saúde ficar perto dele quando está esquentando algum tipo de alimento? Com relação aos celulares, falar em um posto de gasolina pode ser perigoso, com risco de explosão? E dentro dos aviões, por que o uso dos eletrônicos é proibido pelas companhias aéreas? Verdade, ou mito, essas e outras perguntas fazem parte do imaginário que permeia o mundo dos eletrônicos, que emitem, em diferentes graus, radiação eletromagnética quando estão em uso.
Como explica Geraldo Cernicchiaro, pesquisador do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), toda corrente elétrica que passa por um fio gera um campo eletromagnético. No caso dos aparelhos eletrônicos, a frequência desse campo é baixa. Quando é mais alta, trata-se das ondas de rádio FM (Frequência Modulada), medida em quilohertz (mil ciclos por segundo) e megahertz (um milhão de ciclos por segundo). Já valores mais altos, como o terahertz (um trilhão de ciclos por segundo), dizem respeito à faixa de frequência da onda eletromagnética da luz.
Geraldo (Foto: Divulgação)Geraldo Cernicchiaro, do Centro Brasileiro de
Pesquisas Físicas (Foto: Divulgação)
No caso da televisão, por exemplo, com a própria evolução tecnológica, ela se tornou mais segura no que diz respeito à emissão de radiações. Segundo Cernicchiaro, nas décadas de 60 e 70 isso era bem diferente, pois os televisores funcionavam pelo princípio dos raios catódicos. "Hoje em dia, as televisões modernas seguem certificações de normas técnicas, sendo que seus componentes emitem radiações muito baixas e dentro do estipulado por agências reguladoras”, comenta o pesquisador.
E com relação aos fones de ouvido? Já é amplamente sabido que altos volumes podem afetar a audição. Entretanto, existe a possibilidade dos pequenos autofalantes emitirem algum tipo de radiação que afetem a saúde? Sobre essa questão, Cernicchiaro destaca que nos fones de ouvido sem fio, que trabalham com a tecnologia bluetooth, há a presença de ondas eletromagnéticas, mas de intensidade imperceptível. “Ao contrário das ondas sonoras de alta intensidade, que prejudicam a audição, as frequências emitidas pelo bluetooth são praticamente imperceptíveis. O mesmo caso acontece com outra tecnologia sem fio, o WI-FI, que permite conectar sem fio diversos tipos de dispositvos à internet”, lembra Cernicchiaro.
Partindo para equipamentos cujas frequências de ondas são mais altas, o micro-ondas, por exemplo, mesmo sendo um eletrodoméstico bem comum no dia a dia, ainda incita alguns questionamentos, já que, a partir da radiação que emite, faz com que as moléculas de água dos alimentos se agitem, gerando, assim, o seu aquecimento. Cernicchiaro explica que esse tipo de aparelho é seguro, e ensina um teste para verificar se o mesmo tem vazamentos, o que acarretaria a fuga de radiação.
“Se o micro-ondas estiver dentro das normas e funcionando perfeitamente, não há do que se preocupar, pois ele é projetado para isso. Para saber se o aparelho tem algum tipo de problema, coloque um rádio perto dele. Se ouvir algum tipo de interferência, é sinal de que está escapando algum nível de radiação. Outro teste é aproximar um copo de água, deixando-o bem próximo dele. Se esquentar, é sinal de que há algum tipo de problema”, ensina o especialista.
Outra polêmica que também envolve os eletrônicos diz respeito à proibição do uso do celular em postos de gasolina e de eletrônicos no interior dos aviões em determinadas situações. Quanto a isso, o pesquisador destaca que, mesmo não provado cientificamente, é dever respeitar as normas de segurança em ambas as situações. “Como cidadão, acho prudente não ligar um celular perto de uma atmosfera explosiva, incluindo também qualquer tipo de aparelho eletrônico. Se ele estiver com algum tipo de mau funcionamento, pode haver riscos. No caso dos aviões, como os eletrônicos geram campo eletromagnéticos, estes podem interferir nos equipamentos da aeronave”, explica.
Com relaçào às antenas, como as instaladas nos altos dos prédios, o pesquisador ressalta que alguns anos após o término da 2ª Guerra Mundial, muitos oficiais operadores de radar apresentaram problemas graves de saúde. “Nesse caso, a exposição às ondas eletromagnéticas dos radares, na ordem de frequência de gigahertz, trouxeram muitos problemas. Hoje em dia, há normas que regulamentam esses equipamentos, sendo respeitados limites de segurança para o homem”, conclui Cernicchiaro.

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