Relógio

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Falando por meio da pintura

Menina autista de 3 anos que não fala encanta com seu talento

Iris Grace tem 3 anos, ainda não fala, pouco se comunica, quase não faz contato visual com os outros, dá pulinhos na pontas dos pés quando está entusiasmada e sempre segura um objeto na mão esquerda. Mas a garotinha inglesa se expressa como gente grande com o pincel. Gente muito grande. Suas incríveis pinturas, que lembram Renoir e Monet estão sendo vendidas por centenas de libras a colecionadores no Reino Unido. E em breve ela terá sua primeira exposição individual em Londres.
No meu caso, não foram apenas as lindas obras de Iris que emocionaram. Foi o vídeo dela em ação brincando com o pincel que me chamou atenção. O jeitinho é  exatamente igual ao do meu filho Tom. Os mesmos gritinhos, os mesmos pulinhos e o mesmo encantamento que ele mostra quando brinca com algo de que gosta.  No caso do Tom são os instrumentos musicais.
Encontrar o interesse ou o talento de uma criança autista é uma das grandes dificuldades para os pais e terapeutas, mas pode ser também uma porta para o universo particular deles. E a arte parece ser um bom caminho para isso, talvez por ser uma forma de expressão não verbal, já que a fala costuma se algo complicado para muitos autistas.  
Desde o diagnóstico em 2011, os pais de Iris começaram a usar a pintura para ajudar na terapia como uma forma de compartilhar a atenção dela (outro grande obstáculo para os autistas). De repente, a menina que não passava mais de cinco minutos na mesma atividade, ficava extremamente incomodada perto de outras crianças e apresentava comportamentos repetitivos, passou a ficar até duas horas entretida com suas criações. Ficou mais serena. E os pais começaram a ficar impressionados com o resultado que aparecia no papel.
 “O autismo dela criou um estilo de pintura que eu nunca vi em uma criança dessa idade”, diz a mãe, Arabella Carter-Johnson no site que criou para a filha. “Ela tem um entendimento das cores e como elas interagem umas com as outras.” Hoje a mãe prepara os potes de tinta, e Iris fica ali se divertindo com o pincel, sinalizando para a mãe quando quer alguma cor específica.
É claro que Iris pouco se importa com o sucesso de suas obras. O mais importante para ela é a calma que a pintura traz e a possibilidade de expressão e de interação com o mundo. Os pais pretendem usar o dinheiro arrecadado com a venda das obras para pagar o tratamento de Iris.

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